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TRAGÉDIA EM POÁ, DELEGADO PEDE PRISÃO TEMPORÁRIA - POÁ COM ACENTO

publicado em:18/02/21 9:53 PM por: Redação PoáPolícia
Do Novo São Paulo / Aéssio Ramos Pinto

Um grande incêndio ocorreu na madrugada da última quarta-feira, 17, numa residência da Rua Fernando Pinheiro Franco, bairro Vila Real, centro da cidade de Poá, culminando com a morte de três crianças, Lorenzo 2 anos, Gabriel 9 e Fernanda14 anos respectivamente que morreram na hora.

No dia em que ocorreu o incêndio Ricardo Reis de Farias, um dos pais, estava na casa dormindo com as crianças. Leandro Vieira (Léu) não dormiu com eles porque em novembro de 2020 eles se separaram e há mais de dois meses está morando em Mogi das Cruzes. Leandro alegou que é uma guarda compartilhada e nesta semana em que tudo ocorreu era a vez de Ricardo.

Segundo fontes, o casal homossexual Léu Vieira e Ricardo Reis eram ativistas e já saíram em vários canais de TVs e revistas falando de suas vidas. Quando se casaram buscaram a adoção de uma primeira criança, uma menina que agora já estava com 14 anos; posterior veio um menino. Trabalhavam com Buffet e tinham uma vida aparentemente tranquila.

Depois foram viajar porque queriam um casamento com Lua de Mel na França e acharam que valia a pena viver lá. Quando voltaram adotaram a terceira criança, um bebê e já tinha em mente largar tudo que tinha aqui e ter uma nova vida fora do Brasil. Começaram a desfazer de seus pertences para irem embora. Quando já estava tudo pronto para mudar entrou a pandemia e a França não podia receber ninguém porque estava fechada a fronteira.

Prisão temporária

Na delegacia Ricardo em seu depoimento na primeira vez contou que tomou Dramin para dormir e acordou com a fumaça; foi até a porta do quarto e viu um clarão e tentou arrombar a porta e não conseguiu. Disse que foi pela parte externa da casa, pelo corredor até a janela do quarto onde as crianças estavam e abriu, porém, cheia de brasas não conseguiu entrar porque tinha grade e constatou que as crianças não estavam lá. Isto chamou a atenção da investigação. Depois Ricardo saiu e foi até a delegacia que fica próxima a sua casa e falou ao policial: “Olha a casa está pegando fogo e meus filhos estão lá dentro”.

Foi apurado ainda pela investigação que tem uma testemunha que ouviu uma das crianças pedirem socorro dizendo: “Pai não deixa a gente aqui, não queremos morrer”. Afirma ainda que ouviu cochichando e falando com a menina que estava lá dentro.

Os próximos passos da investigação segundo o Delegado Titular Dr. Eliardo Jordão será feita a perícia em um celular que foi encontrado no local e ouvir novas testemunhas. Também serão analisadas as imagens de câmeras da casa ao lado e aguardar os laudos das perícias; uma do Alto Tietê e outra de São Paulo que estão fazendo um pente fino. A prisão temporária foi em razão de algumas peculiaridades e contradições. Reportou que o Leandro deve ser ouvido ainda porque no dia estava muito abado emocionalmente pela ocorrência. “Este caso está sendo tratado com muita cautela e transparência para elucidar os fatos de maneira imparcial e não será descartada nenhuma hipótese, criminoso ou acidental, podemos fazer em alguns dias a reconstituição dos fatos”, fala o delegado.

Defesa de Ricardo

A advogada Ana Verônica da Silva, defensora de Ricardo Reis que se encontra detido temporariamente na Cadeia Pública de Mogi das Cruzes para aguardar as investigações, diz que não há indícios de que seu cliente seja o autor do incêndio, pois a perícia ainda não foi concluída. Para ela, não há fundamento legal para a decretação da prisão temporária por 30 dias e está tentando sua liberdade por meio de habeas corpus.

A razão da prisão temporária expedia pela juíza Erika Dalaruvera de Moraes, as 1ª. Vara Criminal de Poá na noite do dia 17, no documento a magistrada destaca que “diante da existência de fundadas razões de autoria do investigado na prática dos delitos, bem como na materialidade”.

Socorro imediato

Assim que foi acionado, por volta das cinco horas da manha da quarta-feira, dia, 17, o Corpo de Bombeiros prontamente chegou ao local com 8 viaturas e começou a combater o incêndio pela sala, enquanto as crianças estavam no quarto dos fundos. O pai já havia conseguido deixar o local sem ferimentos para pedir socorro.
Segundo informações do Sargento Mendes que, inicialmente preteriu o trabalho da imprensa local, eles estavam aguardando a chegada da perícia para saber realmente a causa do incêndio.

Depois do rescaldo ficaram três viaturas de uma das funerárias do Município de Poá paradas perto do local do incêndio aguardando o desenrolar dos fatos, além de viaturas da Polícia Militar de Poá e região.

O Corpo de Bombeiros de Ferraz de Vasconcelos, de Suzano e de São Paulo, além da ambulância do SAMU estiveram participando da ocorrência.

Fotos: Reprodução TV Diário / Redes Sociais

Aéssio Ramos Pinto, jornalista, diretor do jornal Novo São Paulo e Rádio Estância, bacharel em direito, ciências e letras, fotógrafo profissional, conselheiro do Contur e Etec, já foi secretário de Cultura, Esportes e Turismo, Governo, assessor parlamentar e candidato à vice-prefeito.



A última modificação foi feita em:Fevereiro 24th, 2021 as 16:20




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