Qual é o Lugar do Autista? Por Deise Passos - POÁ COM ACENTO
Por Deise Passos
Nesta semana, um episódio lamentável trouxe à tona uma questão vital para muitas famílias: uma coordenadora escolar sugeriu que a mãe de uma criança autista transferisse seu filho para outra escola. Este ato vai contra todo o esforço que as famílias atípicas fazem para garantir que suas crianças sejam incluídas na sociedade — um direito assegurado por lei.
Neste cenário, que muitas vezes se mostra hostil, essas famílias se unem em busca de um objetivo comum: assegurar que suas crianças sejam recebidas de forma digna e valorizada pela sociedade.
Ainda se questiona sobre qual é o lugar do autista? Eu respondo: o lugar do autista é onde ele quiser!
Para reforçar a esperança e a fé nessa luta pela inclusão, compartilho um pouco sobre meu filho mais novo. Bernardo, hoje com 9 anos, foi diagnosticado com autismo aos 2 anos e 11 meses. Com o passar do tempo, vieram as comorbidades: além do autismo, ele foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), TOD (Transtorno Opositor Desafiador), TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e epilepsia.
O último ano foi particularmente difícil para Bernardo. Em um dos piores momentos de crise, a hipótese de uma internação psiquiátrica foi levantada por sua médica. Porém, com o apoio de profissionais que acreditam na melhora da pessoa autista, terapias quase diárias, inclusão social e escolar, e muitas súplicas a Deus, Bernardo conseguiu sair do nível 2 de suporte para o nível 1. Ele não apresentou mais crises de agressividade, começou a jogar futebol e foi nomeado goleiro do Projeto Social em que pratica esporte.
Para coroar essas conquistas, no último dia 3 de agosto, ele desempenhou com brilhantismo o papel de segurança das alianças no casamento de sua irmã.
Compartilho essas histórias não para enaltecer a mim ou ao meu filho, mas para trazer esperança e fé para outras famílias atípicas que enfrentam desafios diários com suas crianças autistas ou com deficiência.
Que esta infeliz situação escolar não tire a esperança e a fé dessas famílias em um mundo melhor para seus filhos. Nunca desistam de lutar por uma sociedade mais justa e digna para suas crianças.
Juntos, somos mais fortes!
Deise Passos
Advogada, mãe de autista, especialista em Direito do Autista e Direito da Pessoa com deficiência, Membro da Comissão do Autista da OAB/SP- subseção Mogi das Cruzes.
Instagram: @deisepassos.advogada
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Olá Deise, com certeza a evolução de nossos jovens e crianças, todos tem um desenvolvimento diferenciado e as vezes até pessoas que não estão desenvolvidas para lidar com nossas crianças, parabéns pela dedicação com seu filho, isso reforça a tese que a educação começa em casa, os primeiros professores são os pais, se os pais se dedicar juntos aos professores, os jovens serão o futuro do nosso Brasil….