OS 100 DIAS DA GESTÃO DA PREFEITA MARCIA BIN DE SOUSA, POR BENEDITO PEREIRA - POÁ COM ACENTO
Benedito Pereira
Pode nos parecer precoce a avaliação dos cem dias do governo da prefeita da Estância Hidromineral de Poá (SP), todavia, embora o tempo de governo seja exíguo para uma análise acurada, ele (o tempo) permite que se analise a tendência do desempenho da gestão.
Nos primeiros dias do governo municipal em questão, vimos que algumas medidas adotadas, a princípio, foram acertadas, pois, trataram de cortes, visando adequar as despesas ao atual orçamento anual, o qual teve uma queda significativa, sobretudo, do ISS.
Inicialmente, optou-se pela redução, em 20%, dos subsídios da prefeita, do vice-prefeito, dos secretários e dos servidores em comissão; pelo enxugamento da máquina pública, através da redução dos servidores comissionados, visando a diminuição da folha de pagamentos; pela revisão dos contratos da gestão anterior, pelo corte dos gastos supérfluos, pela redução das despesas de custeio.
Num outro momento, tenta-se mexer em direitos dos servidores estatutários, o que na opinião de especialistas, é um erro crasso e pode causar uma instabilidade no ambiente governamental e na administração pública municipal.
Enfim, os resultados do desempenho da gestão nesses cem primeiros dias de mandato da prefeita Márcia Bin não tem sido dos mais animadores, na opinião da maioria da população, o que pode mostrar a tendência de que o governo não caminha bem.
É claro que devem ser levados em conta os desafios neste período de pandemia do novo coronavírus, sobretudo, as crises (saúde, economia, educação, segurança pública e privada, infraestrutura, meio ambiente, emprego e renda, etc…)
A Maioria da população votou, na realidade, na credibilidade e liderança do ex-prefeito Francisco Pereira de Sousa, o Testinha.
Sem dúvidas, foi um equívoco, achar que ela faria uma gestão análoga.
Primeiro, naquela época, a receita municipal era vultosa; atualmente a receita é minúscula, a cidade está endividada, obras inacabadas, foi herdado da caótica gestão anterior diversos problemas estruturais; enfim, em completo abandono.
Segundo, os desafios são diferentes daquela época, não somente pelo fato da queda na receita anual, mas, sobretudo, por estarmos numa crise complexa, transversal e global que é a pandemia do Covid-19.
Não obstante, creio que pelo fato dela não ter boa formação acadêmica, nem experiência e preparo para governar, isso acaba influenciando no desempenho da gestão pública. O Testinha também não tem nível de escolaridade compatível para governar uma cidade, mas, na época, teve a inteligência de escolher bem a maioria dos secretários municipais e isso, juntamente com a gorda receita municipal lhe deu condições para fazer um ótimo governo, mesmo cometendo alguns erros crassos que lhe custaram a cassação no segundo mandato.
Embora ela tenha sido secretária municipal, na época da gestão Testinha, governar uma cidade é bem diferente. As críticas da maioria da população deve-se a frustração em relação as expectativas de mudanças do modelo de governança e nos resultados iniciais.
O bom gestor público se conhece em época das vacas magras, ou seja, aquele que consegue governar fazendo mais com menos recursos. Isso que chamamos de gestão eficiente, eficaz e efetiva, ou seja, gestão que busca a excelência, tanto na produção de bens, quanto na prestação de serviços públicos.
Não podemos esperar que uma pessoa que não tenha boa formação acadêmica, faça um bom governo.
Tínhamos candidatos a prefeito mais preparados que a atual prefeita, entretanto, a maioria da população preferiu apostar na liderança do Testinha.
Enquanto a população eleger pessoas que não tenham boa formação acadêmica em troca de assistencialismos rasos ou de promessas faraônicas, acredito que não poderemos esperar bom desempenho na gestão.
Exemplos de boas práticas e de modelos de gestão eficientes, eficazes e efetivas é que não faltam: o ex-prefeito do município de Colatina/ ES, Sérgio Meneguelli, deixou marca indelével de modelo de gestão pública de excelência, ao governar com maestria de 2017 a 2020.
Foto: Arquivo POÁ COM ACENTO / Rodrigo Nagafuti
Benedito Pereira, coronel da reserva da PMESP, bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, com mestrado “lato sensu” , bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (Direito), pós-graduado em Gestão de Preventiva da Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos, pela Fundação e Escola de Sociologia e Política (FESP).
Fez a 63° Instrução de Nivelamento de Conhecimento na Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) no Distrito Federal, Treinamentos de Tático Operacional na Operação da FNSP no RJ, Treinamento Tático Operacional no COE – BOPE da PMERJ. Foi Comandante de Destacamento e Companhias de Unidades do 17° e 32° BPM/M da PMESP, região do Alto Tietê e de Unidades do 28° e 8° BPM/M e CPA/M-11 da PMESP, Zona Leste de São Paulo(SP).
É auditor sênior de qualidade e produtividade. Foi Secretario de Segurança Urbana em Poá.
Foi comandante de operações da Força Nacional de Segurança Pública nos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.