CONDEMAT LANÇA META DE PLANO REGIONAL DE MATA ATLÂNTICA - POÁ COM ACENTO
Mara Flores
Desafio foi apresentado durante o 1º Fórum de Mata Atlântica do Alto Tietê, realizado na última terça-feira em Suzano
O Alto Tietê fechou as comemorações do mês dedicado ao Meio Ambiente com o lançamento da meta de elaboração, até o final de 2020, do Plano Regional de Mata Atlântica, um instrumento que vai trazer diretrizes para recuperação e, principalmente, conservação da floresta de mata atlântica, presente em aproximadamente 100 mil hectares áreas pelos municípios da Região.
O desafio foi apresentado durante o 1º Fórum de Mata Atlântica do Alto Tietê, realizado na última terça-feira (25/06) pelo CONDEMAT – Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, na cidade de Suzano, com participação de gestores municipais, representantes de instituições de ensino e da sociedade civil.
O Plano Regional de Mata Atlântica será desenvolvido pela Câmara Técnica de Gestão Ambiental do CONDEMAT, que reúne os 11 municípios do Alto Tietê, com articulação do Instituto Florestal através da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo.
“A mata atlântica é originária daqui. A Região, portanto, precisa ter o diagnóstico da situação atual dos remanescentes florestais e estratégicas de conservação definidas para o planejamento situacional das cidades. Isso ajudará a encontrar novos vieses de investimentos econômicos e sociais para os municípios”, ressaltou Daniel Teixeira de Lima, coordenador da Câmara Técnica de Gestão Ambiental do CONDEMAT.
Paralelo ao Plano Regional, o grupo técnico do Consórcio também focará no auxílio às prefeituras para elaboração do Plano Municipal de Mata Atlântica (PMMA), uma premissa da Lei Federal Nº 11.428/06. Das 11 cidades do Alto Tietê, apenas Guararema já possui o instrumento, enquanto Mogi das Cruzes e Suzano estão em fase de elaboração, com conclusão prevista ainda para esse ano. Em todo o Brasil, menos de 20% dos municípios têm o PMMA.
“Com Guararema, Mogi das Cruzes e Suzano a nossa Região já ultrapassou a média nacional. E as demais cidades desenvolverão seus planos municipais, apoiados pelo Condemat, para a construção do plano regional”, explicou o coordenador Daniel.
O presidente do CONDEMAT, prefeito Rodrigo Ashiuchi, destacou a iniciativa da Câmara Técnica em elaborar o Plano Regional de Mata Atlântica e lembrou que o Alto Tietê tem tido um grande protagonismo na área ambiental ao trabalhar, de forma regional, a busca de soluções para questões importantes como a destinação dos resíduos sólidos e a compensação financeira futura às cidades produtoras de água.
“Entre tantas questões ambientais importantes, muitas vezes a mata atlântica é esquecida e é nela que está o equilíbrio ambiental. O Alto Tietê tem um cenário ambiental abençoado na comparação com outras regiões, o que amplia o nosso desafio de trabalhar de forma integrada e estabelecer diretrizes para o desenvolvimento sustentável”, disse o presidente do CONDEMAT.
O Plano Regional de Mata Atlântica, a exemplo do PMMA, sistematizará ações a serem adotadas para áreas degradadas e preservação dos fragmentos, de forma a restabelecer a biodiversidade, flora, fauna e regime hídrico. A elaboração do documento terá apoio de instituições de ensino do Alto Tietê e da SOS Mata Atlântica.
O Fórum, na última terça-feira, contou com painéis de discussão liderados pelo professor Ricardo Sartorello, pesquisador da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC); Beloyanes Monteiro, coordenador de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica; e Anita Correia de Souza Martins, presidente da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo; e Claudete Canadá, representante da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente. No período da tarde foi realizado um workshop com orientações para os gestores das prefeituras na elaboração do PMMA.
Responsável por um amplo estudo dos remanescentes florestais do Alto Tietê, o professor Sartorello revelou que esses 100 mil hectares de florestas existentes na Região estão distribuídos em 4.219 áreas, sendo que Salesópolis, Biritiba Mirim e parte de Mogi das Cruzes concentram as reservas mais densas. O território do Alto Tietê conta com as Serras da Cantareira, do Itapeti e do Mar.