Junto com a startup Reutiliza Já, associação une tecnologia e o conhecimento dos catadores para gerenciar resíduos do maior festival de música do planeta.

A Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT) e a startup Reutiliza Já vão garantir a rastreabilidade dos resíduos durante o Rock in Rio 2022 – a edição mais sustentável de todos os tempos.

Pela primeira vez, a logística reversa de um evento desse porte ganha como aliada a tecnologia blockchain, integrada à prestação de serviços das cooperativas de catadores (as) de materiais recicláveis, permitindo que cada material descartado — plásticos, papel, papelão, lata, vidro— possa ser acompanhado, medido, separado, pesado e encaminhado para o destino certo.

O objetivo é garantir a rastreabilidade dos resíduos, desde o momento do consumo no festival até as cooperativas de reciclagem e, destas, até as indústrias para transformá-los em matéria-prima novamente para produção de embalagens de novos produtos, garantindo a circularidade dos materiais. Toda a triagem destes resíduos está sendo feita na cooperativa Reciclamais, acompanhada pela ANCAT na plataforma Reciclar pelo Brasil. Cooperados de outras duas organizações (Cooperecologica e Copama) estão atuando na recuperação destes materiais, feita por catadores (as) de três cooperativas cariocas que estão trabalhando em conjunto. No total, 80 catadores estão envolvidos na iniciativa que terá 350 beneficiários diretos.

“Não basta apenas encaminhar os resíduos para a reciclagem. Nós vemos a importância de medir e rastrear todo e qualquer resíduo descartado no Rock in Rio. Queremos saber que produtos são esses, para onde eles vão, quanto custam, quais os benefícios e quantas toneladas de carbono deixam de ser emitidas com essa reutilização”, explica Humberto Bahia, fundador e CEO da Reutiliza Já.

A ANCAT (Associação Nacional de Catadores/as) já opera em colaboração com 17 grandes empresas o maior programa de logística reversa do país o “Reciclar pelo Brasil”. O presidente da Associação, Roberto Rocha, explica que a maior diferença do atual projeto do Rock in Rio é que agora a tecnologia da operação permite um acompanhamento maior de cada etapa, garantindo a rastreabilidade do resíduo gerado da origem a indústria transformadora (Circularidade).

“A nova tecnologia insere um novo serviço prestado pela categoria numa era digital, sendo um momento inovador, uma solução única e pioneira em todo o mundo, promovendo protagonismo dos catadores (as) dentro da economia circular e das exigências do ESG, e contribuindo para a geração de renda e valorização profissional. É um grande legado social não apenas para futuros eventos, mas para o planeta”, conclui Roberto Rocha, presidente da ANCAT.

A previsão é que 20 toneladas de resíduos sejam coletadas por dia. O caminhão da Comlurb vai ganhar equipamento para rastreio e um QR Code, que será usado para acompanhar até a etapa de separação na cooperativa e os gestores vão subir os dados para a plataforma de informação. Todas as informações de peso, tempo de deslocamento, tipos de materiais também serão disponibilizados na plataforma. A partir desse momento que chega na cooperativa, será feita a triagem e a pesagem por tipo de material, como copo de chopp e refrigerante, garrafa de água, papel.

Ao fim do Festival, será implementado o Placar da Reciclagem: calculadora socioambiental desenvolvida em Plataforma Power BI que dimensiona o impacto da iniciativa a partir da divulgação de KPIs e métricas socioambientais cientificamente validadas e passíveis de serem divulgadas junto a sociedade em geral.

Fonte: AI / Foto: Divulgação

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