Sergio Rodrigues

POÁ COM ACENTO entrevista Rodolfo Zaharanski Filho, presidente da Associação Comercial e Industrial de Poá ACIP

Já tendo completado dois anos de um mandato de quatro a frente da ACIP – Associação Comercial e Industrial de Poá, o presidente Rodolfo Zaharanski Filho, empresário e comerciante da cidade, há três décadas, se sentiu, como seus pares em qualquer município deste Estado ou País, surpreendido por uma crise sanitária tão pesada e duradouro como a pandemia de Coronavírus. “Foi algo sem precedente no mundo”, disse ele.

Destarte, ele tem a função de responder por um seguimento importante, que á a entidade de classe do empresariado municipal e isso pressupõe ser cobrado pela categoria que representa.

Em entrevista ao portal PCA, Zaharanski revelou que uma de suas metas principais é qualificar jovens empreendedores e formalizar trabalhadores da atividade ambulante, o comércio irregular, transformando-os em contribuintes e lhes dando legalidade, além de dignidade. Vocalizando as queixas de alguns comerciantes da cidade, o jornal questionou o presidente a respeito de ações da ACIP na defesa de seus interesses em meio à pandemia.

PCA: Que medidas a ACIP tem tomado para fazer frente ao comércio irregular em Poá?
Rodolfo Zaharanski: “A ACIP, há alguns anos, vem buscando providências para combater este tipo de atividade irregular na cidade, porém, na pandemia isso foi deixado de lado. Vamos combater aquele que não é da cidade e aquele que for da cidade, vamos traze-lo para a formalidade, tornando-o um MEI. Mas, agora é a hora da sobrevivência, as pessoas estão lutando para levar o seu sustento para casa. Passada esta fase aguda, vamos investir na formalização dessas pessoas.

Comerciantes e empresários reclamam que aumentou demais o volume do comércio irregular na pandemia. A ACIP já provocou as autoridades a darem solução?
“Vínhamos fazendo este trabalho na gestão passada, porém, veio a eleição e um novo governo tomou posse. A atual prefeita ainda não completou 100 dias no cargo. Tivemos a primeira reunião a respeito. De novo, é o momento de termos cuidado, pois as pessoas têm a necessidade de sobreviver neste período tão difícil. É claro, queremos tirar principalmente aquelas pessoas que não estão na atividade por necessidade de trabalho. Mas iremos precisar de que sejam aprovadas leis no Poder Legislativo, para que a prefeitura, a ACIP e outros organismos, possamos fazer isso de forma legal”.

Há um interesse geral em saber quais ações a ACIP está realizando em apoio ao comércio e indústria, em meio à pandemia…
“Bom, reconheçamos, essa crise sanitária foi surpresa para todo mundo. É uma novidade, a gente não sabe o que vai acontecer amanhã. Mas, estamos nos preparando e preparando forte para fortalecer nossos comerciantes. Temos uma boa surpresa, através da nossa parceira FACESP. Nossa meta é dar um suporte, não apenas de conhecimento em como lidar com o pós-crise, mas suporte financeiro também. A FACESP abriu linha de crédito própria, para investir no micro e pequeno empreendedor – desde que seja nosso associado, empréstimos que pode chegar de zero a R$ 100 mil, pode ser para o médio e o grande também, porém o foco maior é no pequeno e no micro. E o mais importante, sem fiador!

Sem fiador?
Sim, porque nós, como micro-empreendedores e empresários, não vamos encontrar em nenhuma instituição financeira um suporte destes, com 1,63% e juros ao mês e com seis meses de carência e 36 meses pra pagar. É o melhor dos mundos? Não, nós queremos mais. Em algumas semanas e dias nós teremos mais surpresas.

Esse crédito já está funcionando?
Sim, basta entrar em nosso sítio para saber os detalhes. Tem lá o ACCRÉDITO, liberado para todo o estado de São Paulo. Só tem uma coisa, você tem de ser associado. Mas a FACESP deixou uma abertura. Você que não é associado hoje, ou até o desempregado que não tem empresa, o que pode fazer? Basta se associar num dia e já pode se inscrever no outro. Sem carência.

Foto: Adilson Santos / Ângulo Produções