Da Redação

Poá, SP – No final da tarde de terça-feira (18), um incêndio  atingiu o parte do prédio abandonado do Centro Educacional Poaense (CEP), localizado no bairro Jardim Santa Luiza, em Poá. O local, que há anos está sem utilização e sem qualquer tipo de vigilância por parte da prefeitura, foi tomado pelas chamas, mobilizando diversas viaturas do Corpo de Bombeiros para conter o fogo.

Segundo informações de vizinhos do entorno, o fogo começou por volta das 16h30, após uma briga de casal que mora no prédio público. A edificação tem sido ponto de abrigo para moradores de rua, que armazenam papelões e materiais recicláveis no espaço. Ainda não há informações sobre o que teria causado o incêndio e se há vítimas no local. Populares relataram que as chamas e fumaça podiam ser vistas de longe, causando preocupação entre os moradores da região.

O prédio já havia sido alvo de críticas anteriormente por estar abandonado e sem segurança. Em julho de 2024, um adolescente de 14 anos perdeu a vida ao cair de uma altura de aproximadamente 20 metros enquanto brincava na estrutura inacabada. O caso gerou comoção na cidade e chegou a ser citado pelo prefeito Saulo Souza durante sua posse. No entanto, até o momento, nenhuma medida concreta foi tomada para proteger a área ou retomar as obras do centro educacional por meio de convênios com os governos estadual e federal.

A obra está abandonada há mais de 10 anos e tem sido ocupada por moradores de rua, que acumulam materiais recicláveis no local. Segundo um experiente gestor de administração pública consultado, o incêndio pode comprometer ainda mais a estrutura do prédio, tornando-o um risco iminente para a população.

A indignação cresce entre os moradores e a família de Felipe Souza Santos, adolescente que faleceu no local. Em nota enviada por seu advogado, a família expressou seu repúdio ao descaso da administração pública e exigiu providências urgentes para que novas tragédias não ocorram.

As obras permaneceram paradas durante as gestões de Marcos Borges, Gian Lopes (atual vereador) e Márcia Bin (ex-prefeita), e agora, mesmo em março de 2024, mês de aniversário da cidade, o local segue sem qualquer intervenção efetiva. “Até quando?”, questiona a família do adolescente falecido.

Falta de respostas da prefeitura

A reportagem procurou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Poá para obter esclarecimentos sobre o incêndio e a situação do prédio abandonado, mas até o momento não obteve retorno. Entre os questionamentos enviados estão:

Que medidas foram tomadas pela atual gestão desde a posse do prefeito Saulo Souza?

Por que o local não foi cercado, conforme anunciado no início do mandato?

Qual o motivo para a Prefeitura permitir a ocupação do prédio por moradores de rua?

A GCM realiza rondas na região para garantir segurança?

Por que o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social só esteve no local após o incêndio e não antes?

Para onde serão encaminhadas as famílias que residiam no prédio abandonado?

A população aguarda respostas e ações concretas para evitar que o prédio continue sendo palco de tragédias e descaso público.

Veja a Nota de Repúdio em nome da criança morta no ano passado

NOTA DE REPÚDIO

ENLUTADA E INCONFORMADA, A FAMÍLIA DO MENOR FELIPE SOUZA SANTOS, QUE DE FORMA TRÁGICA AOS 14 ANOS DE IDADE, PERDERA SUA VIDA EM OBRA ABANDONADA PELA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE POÁ – SP, ENQUANTO BRINCAVA, LAMENTA DE FORMA TRISTE E DESOLADA QUE, MESMO APÓS A TRAGÉDIA ENVOLVENDO O ADOLESCENTE, O REFERIDO LOCAL ENCONTRA-SE ABANDONADO E ESQUECIDO PELA GESTÃO MUNICIPAL, SERVINDO NESTA ALTURA DE ABRIGO A PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA E LOCAL PARA UTILIZAÇÃO DE INTORPECENTES E PRÁTICA DE DIVERSOS ILÍCITOS.

A FAMÍLIA DESOLADA SE DEPARA COM NOVO INCIDENTE RESPONSABILIZADO PELA EFETIVA FALTA DE CUIDADO E ATENÇÃO DOS GESTORES MUNICIPAIS, E LAMENTA PROFUNDAMENTE O COMPLETO ESTADO DE ABANDONO QUE SE ENXERGA REPETIDAMENTE GESTÃO APÓS GESTÃO.

APROVEITA DESDE JÁ PARA SOLICITAR ENCARECIDAMENTE A PREFEITURA MUNICIPAL QUE BUSQUE DE MANEIRA URGENTE INIBIR QUE OUTRAS TRAGÉDIAS POSSAM ACONTECER E QUE OUTRAS FAMÍLIAS PRECISEM CHORAR A PERCA DE UM ENTE QUERIDO PELA COMPLETA FALTA DE ATUAÇÃO DAQUELES QUE FORAM ESCOLHIDOS PARA CUIDAR, PROTEGER E PROPORCIONAR DIARIAMENTE MELHORIAS A POPULAÇÃO DESTE MUNICÍPIO.

Dr. Heleno Albertino da Silva Junior – FAST advogados associados

NOTA DE REPUDIO

 

 

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