A dor da derrota: como lidar com a depressão pós-eleição - POÁ COM ACENTO
As eleições são momentos de intensa carga emocional. Para candidatos, representam meses ou anos de trabalho e dedicação a uma causa. Para os apoiadores, simbolizam a esperança de mudanças alinhadas aos seus valores e sonhos. Mas, quando o resultado não é favorável, a derrota pode desencadear algo muito mais profundo do que frustração: a depressão pós-eleição.
Especialistas em saúde mental afirmam que a depressão pós-eleição é um fenômeno comum, mas frequentemente subestimado. Segundo a psicóloga Maria Antônia Ferreira, a intensa dedicação emocional e prática durante as campanhas deixa candidatos e apoiadores vulneráveis a sentimentos de vazio, fracasso e desesperança.
“Quando um candidato perde, não se trata apenas de uma derrota política; muitas vezes, é também uma crise de identidade. Para os apoiadores, a perda pode ser vivida como uma derrota pessoal, especialmente em contextos polarizados”, explica a especialista.
Os sintomas da depressão pós-eleição podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
Sentimentos persistentes de tristeza e frustração;
Dificuldade em retomar a rotina;
Fadiga e falta de energia;
Alteracões no sono e no apetite;
Sensação de desesperança ou desamparo.
Para os candidatos, esses sintomas podem ser exacerbados pela exposição pública e pela necessidade de lidar com cobranças e expectativas externas. Já para os apoiadores, a percepção de que seus ideais não foram validados pode gerar uma sensação de impotência.
Em tempos de alta polarização, as redes sociais intensificam o impacto emocional das eleições. O ambiente digital pode amplificar sentimentos de derrota, seja pelo contato constante com provocações de adversários, seja pelo confronto com críticas e análises sobre a derrota.
Para a cientista política Luísa Andrade, o peso simbólico de uma derrota é muito maior em um mundo hiperconectado. “As pessoas não estão apenas perdendo no âmbito político, mas também enfrentando julgamentos em suas redes sociais, o que intensifica os impactos psicológicos”, afirma. Neste sentido é notório o abandono de muitos candidatos de suas redes sociais, onde eram ativos até as eleições.
Embora a dor da derrota possa ser intensa, há formas de lidar com ela e encontrar novos caminhos. Profissionais de saúde mental destacam algumas estratégias fundamentais:
Reconheça seus sentimentos: É normal sentir tristeza e frustração. Permita-se processar esses sentimentos sem se julgar.
Redefina suas metas: Para candidatos, uma derrota pode ser um momento de reflexão e planejamento para o futuro. Para apoiadores, buscar outras formas de contribuir para suas causas pode ser uma saída positiva.
Desconecte-se temporariamente: Uma pausa nas redes sociais pode ajudar a evitar a exposição a conteúdos que reforcem sentimentos negativos.
Busque apoio: Conversar com amigos, familiares ou mesmo um terapeuta pode ser essencial para superar os momentos mais difíceis.
Envolva-se em novas atividades: Canalizar energia para projetos ou hobbies pode ajudar a restabelecer o equilíbrio emocional.
A busca por aproximação com o novo governo
Outra dinâmica comum após a derrota é a tentativa de aproximação com o novo governo. Muitas vezes, candidatos derrotados procuram apoiar o novo governante e até passa a ocupar cargos comissionados ou buscar formas de colaborar com a nova gestão, em busca de manter relevância política ou profissional. Embora alguns consigam garantir esses espaços, a maioria não obtém sucesso, o que pode intensificar ainda mais a sensação de exclusão.
Para muitos candidatos derrotados, a falta do dinheiro que antes ganhavam em cargos públicos ou partidários também contribui para a depressão. Além disso, as dívidas contraídas durante a campanha política podem se tornar um peso ainda maior, gerando uma sensação de desesperança e dificuldades para reestruturar a vida financeira. Esse fator financeiro agrava a pressão psicológica e reforça a necessidade de apoio emocional e planejamento após a derrota.
A história política está cheia de exemplos de lideranças que enfrentaram derrotas antes de alcançar grandes vitórias. Abraham Lincoln perdeu várias eleições antes de se tornar presidente dos Estados Unidos. No Brasil, Juscelino Kubitschek e Lula também superaram derrotas antes de conquistarem a presidência.
A derrota pode ser dolorosa, mas também oferece a oportunidade de aprendizado e crescimento. Em vez de enxergar o fracasso como um fim, pode-se interpretá-lo como parte do caminho para algo maior. Afinal, a democracia é feita de ciclos, e sempre haverá novas oportunidades de participação e impacto.
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