Em show intimista no Sesc Mogi, Valéria Custódio lança o disco ‘Miragem’ - POÁ COM ACENTO
Por Heitor Caruso
Cantora mogiana sobe ao palco do Sesc às 20 horas desta quinta-feira (10) com canções que refletem sobre temas como sobre tempo, respeito, cultura afro, religiosidade e amor
É amanhã, quinta-feira (10)! Marcando a programação especial do Sesc Mogi em homenagem a Consciência Negra, a cantora mogiana Valéria Custódio se apresenta por lá com o álbum ‘Miragem’, mais recente trabalho lançado por ela, que transforma em músicas pensamentos sobre o tempo, o respeito, a cultura afro, a religiosidade e principalmente o amor. A apresentação está marcada para as 20 horas e é gratuita, sem necessidade de reservar ingressos. É só chegar!
Este será o segundo show da artista no Sesc Mogi. O primeiro foi em março, pela turnê do disco anterior, ‘Púrpura’. Valéria diz ter ficado “muito feliz de voltar”.
“O Sesc é um grande equipamento, uma grande ideia, importantíssima para abrigar ações culturais, educacionais, ambientais. É uma grande organização e porta de entrada para apresentar trabalhos artísticos, o que é muito importante não só para o artista independente, mas para todos que tenham trabalho, que estão lançando, que estão divulgando. Espero que essa unidade do Sesc Mogi continue durante anos e que abrigue muitos trabalhos independentes, da galera da cidade de Mogi que sempre falei, sempre curti, é uma cidade que tem muito talento”.
‘Miragem’ é pensado para refletir o momento atual. Por isso, Valéria Custódio, de 27 anos, procurou parcerias com outros artistas independentes e jovens, além de produtores e gestores de mídias sociais. Um destes nomes é Kau Caldas, músico que assina a canção ‘Faxina’, escrita para o formato voz e violão, com uma letra recheada de autoconhecimento, de quem viveu muitas coisas. E a mensagem se encaixa muito bem agora, quando o ser humano ainda está em êxtase após um longo período de isolamento social.
“Quero mostrar o novo, o artista independente atual. O que esta geração está fazendo, está cantando? A gente está protestando? O que estamos fazendo? Estamos usando o amor como arma? Quero levantar essas questões, e o ‘Miragem’ é acessível para isso. É pensado para todo mundo ouvir e sentir, se conectar com as ideias”, explica a idealizadora.
No show, o público acompanhará um momento muito intimista, mas ao mesmo tempo aberto a interpretações. Isso porque Valéria compartilhará o próprio amadurecimento nos últimos anos. Ela explica: durante a pandemia, assim como muita gente, se viu obrigada a “internalizar muita coisa”. ‘Miragem’, com 10 canções inéditas, é a representação do próximo passo, de pôr tudo para fora, em forma de arte, para ser interpretada e digerida.
Por isso, ela aparecerá sozinha no palco, simbolizando o isolamento da fase mais crítica da pandemia de Covid-19. Nesta etapa, cantará alguns dos mais íntimos e belos sentimentos do projeto, como em ‘Voraz’, música que faz parte da trilha sonora de outro projeto de Mogi, o filme curta-metragem ‘Nunca Estarei Lá’.
É natural, o processo do amadurecimento. E a cantora teve a coragem de transformá-lo em música, o que fica evidente logo no início do show. Acompanhada de um piano muito bem marcado, ela fala de um amor que já não está mais ali e apresenta uma reflexão sobre o que agora fica na memória, para já não mais machucar.
Mas a surpresa é que aos poucos uma banda composta exclusivamente por mulheres vai se formando ao lado dela: Juliana Rodrigues no piano, Thais Naomi na guitarra e Cynthia Santos no contrabaixo.
Todas elas estarão com figurino que remete ao clipe de ‘Água Para se Benzer’, em que Valéria Custódio corrige um dito popular: “em terra de cego, quem tem um olho não é melhor que ninguém”. Fazem parte as cores verde, para a natureza; branco, para a leveza e a renovação de energias; e cinza para simbolizar a prata, o renascimento, a liderança e o pertencimento.
Ao cantar estas e outras rimas sobre respeito, refletir sobre o amadurecimento em ‘Avesso’ e ‘O Tempo’ ou sobre as várias formas de amor em ‘Basquiat’ e ‘Ela’, a artista proporciona experiência inédita, mesmo para aqueles que já ouviram todo o material nas plataformas digitais. O show, além de ter também canções de ‘Púrpura’, como a premiada ‘Flores Pretas’, que aborda o racismo, não segue à risca a sequência do álbum.
A concepção vai por outro caminho, mais abstrato e que cria uma linha do tempo de sentimentos. “Eu internalizo primeiro para depois externalizar, para depois mostrar. Me recolho, como se tivesse na noite, no frio, perdida. Estruturo toda uma vida primeiro para depois sair e dizer ‘foi isso o que aprendi’”, conta Valéria, que resume neste trabalho “tudo o que quer” e também o “que não quer mais”, fazendo uma análise “do que estava acontecendo e de como vai ser daqui para frente”.
Interessante será, finaliza ela, como o público corresponderá a tudo isso. “Quem for, não precisa esperar por nada. Basta apenas aparecer, ver e ouvir, prestando atenção na mensagem”.
Fonte: AI / Foto: Lethicia Galo
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