Por Sergio Rodrigues

Fechada a janela partidária, o AGIR36 no Alto Tietê já se movimenta em torno das eleições de 2022. E o diretório de Itaquaquecetuba já apresenta dois candidatos

O jornalista Moacir Fernandes disputará uma vaga de deputado federal, em dobrada com a empresária Carolina Tavares, que será candidata a deputada estadual. Ambos prometem desempenhar nas campanhas o papel de renovadores da política que, segundo a direção estadual, é a meta a ser alcançada pelo partido no pleito deste ano.

Moacir disputou, há dois anos, a prefeitura de Itaqua, pelo Patriota. A eleição municipal de 2020, segundo ele, serviu de grande aprendizado, pois lhe deu oportunidade de percorrer os bairros e vilas da cidade e a conversar com tanta e diferente gente. Já Carolina, é neófita, disputará a sua primeira eleição em um momento, o qual vê, com um novo grupo político sendo formado na região. Isto lhe dá confiança, diz ela.

O Agir é um partido de centro-direita, portanto, inclinado a apoiar a vertente do presidente Jair Bolsonaro (PL). O que lhe dá essa confiança para entrar na disputa partidária em um momento em que o país está tão polarizado? – perguntou o jornal à pré-candidata. “Eu venho de uma família muito politizada. Sempre discutimos política à mesa, no café e no jantar. Então, vivencio a política desde muito jovem e encontrei um parceiro engajado no mesmo ideal”, disse Carolina, que só tem 21 anos. “Vejo que um novo grupo político se formou na cidade de Itaqua e região. Isso me animou a lançar meu nome”, confessou.

Moacir diz ter preocupação com a ‘velha política’ e quer ajudar a mudar o quadro. “Na campanha a prefeito, não tínhamos recursos, mas vimos como funciona uma campanha sem dinheiro. Agora, com mais tempo para trabalhar, dá para se fazer uma campanha projetada para o nosso tamanho e os nossos objetivos”, falou ele.

Naquilo que considera um ideal a ser buscado, ele vê o ministro Tarcísio de Freitas, pré-candidato a governador de São Paulo indicado por Bolsonaro, a versão de uma nova cara política no Estado. “O Tarcísio trouxe preocupação à disputa. Os adversários não estão preparados para um candidato com suas qualificações. Até as bolsas de valores reagiram favoravelmente ao nome de Tarcísio”, exemplificou.

Carolina vai na mesma linha, batendo sempre na tecla de que uma campanha deve buscar ser propositiva. “Em minha campanha apresentarei propostas, projetos, sempre mostrando que não iremos transigir com retrocessos”, disse ela.

O parceiro disse, de maneira brincalhona, que ela é uma “jovem idosa”, no que ele explica; “ela, apesar de muito jovem, é uma estudiosa da política e me surpreendeu com os bons conhecimentos que demonstra ter. Considero que a Carolina é uma representante da força da mulher na política”, elogiou.

Apesar dos bons propósitos da dupla, há chance real de que seus nomes emplaquem junto ao eleitorado? Eles acreditam que sim. “Estamos vivendo tempos de mudanças e há espaços para novos personagens. Quero apresentar minha candidatura como um incentivo à participação de mais gente jovem”, argumentou a candidata. “O nosso forte será o Alto Tietê, vamos visitar todos os municípios da região, onde já temos contatos. E quero aproveitar esta experiência que tive em 2020, em Itaqua, e colocar em prática na campanha.

Um outro recurso que a dupla diz que está colocando em prática são as redes sociais. “As redes são hoje uma realidade na política. A vantagem é que permitem diminuir o abismo entre os candidatos com maior poder econômico é os que não têm”, argumenta ele. Um ponto que também consideram favorável é que o próprio nome da legenda, “Agir”, cria uma conexão maior com a sociedade.

E fazem cálculos. Itaquaquecetuba tem atualmente 241 mil eleitores. Se trabalharem para buscar entre 5% e 10% dos votos da cidade, acreditam que podem sair de sua base eleitoral com um manancial de votos que permita sonhar com uma eventual vitória em 2 de outubro.

O Agir36, hoje, conta com apenas uma deputada estadual, Adriana Borgo, oriunda do PROS e que obteve 41.953 votos, em 2018. Nada impede que obtenha mais uma vaga feminina, em 2022. Afinal de contas, eleição é uma questão de trabalho.

Fotos: Adilson Santos / Ângulo Produções

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