ASSASSINATOS DE AGENTE DA LEI, POSTURA DA MÍDIA E DA SOCIEDADE EM GERAL - POÁ COM ACENTO
Benedito Pereira
A sociedade não pode e nem deve aceitar como normal o assassinato de um agente público operador de segurança pública do Estado, sobretudo, com os requintes de perversidade e de qualificadoras da ação delituosa, como emboscada, sem a mínima chance de defesa, conluio de infratores da lei, praticado por facções ou organizações criminosas.
Este crime do qual me refiro, dentre outros, trata-se do fuzilamento do Cabo PM Flores das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), covarde, com emboscada, que está no rol dos delitos hediondos e é típico das facções ou organizações criminosas.
A mídia e a sociedade, em geral, acham normal quando um agente da lei morre no exercício da função pública ou em razão dela, como foi o episódio em comento.
Como era de se esperar, a imprensa, em geral, nestes casos (em que a vítima é o agente da lei), difunde o crime, porém, não com a mesma ênfase ou alarde como faz quando o policial, embora não queira o resultado, mata para defender a sociedade. A mídia tenta promover, com o destaque que imprime à notícia, a comoção da sociedade quando há uma intervenção policial com resultado morte de múltiplos infratores da lei, cobrando providências das instituições policiais e do governo. Há uma total inversão de valores, efeito da cultura da glamorização de infratores da lei em detrimento daqueles que defendem a sociedade com o sacrifício da própria vida.
Esse paradigma da glamorização do mal em face do bem tem que acabar e, nós, enquanto sociedade organizada, não podemos aceitar.
Neste episódio a vítima não é somente o policial militar, sobretudo, por que a ofensa ao bem jurídico tutelado, a vida ou a integridade física, recai também sobre o Estado e a sociedade, vez que o agente público representa a figura Estatal.
Cabe reflexão: ou os governos e a sociedade assumem a política pública de não aceitar, notadamente com naturalidade, ações ilícitas como esta ou o mal triunfará sobre o bem e o Estado e a sociedade ficarão reféns do crime organizado ou das facções criminosas – urge uma mudança no comportamento do social.