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SOB CHUVA FINA, FOLIÕES SE DIVERTEM EM BRASÍLIA - POÁ COM ACENTO

publicado em:4/03/19 6:34 PM por: Redação Cultura
Ana Cristina Campos

Com uma mistura de músicas, bloco atrai público distinto

Bloco de carnaval Aparelhinho anima foliões no Setor Comercial Sul, em Brasilia.

Sob uma chuva fina, os foliões do bloco Aparelhinho concentram-se na região central de Brasília, para o desfile hoje (4) à tarde. O bloco dá a volta no Setor Bancário Sul e espera arrastar 5 mil pessoas.

Desde 2012, o bloco desfila na segunda-feira de carnaval com a proposta de levar um som feito por DJs e com repertório que mistura músicas brasileiras e do exterior. Clássicos de carnaval do Recife, Rio de Janeiro, Salvador com músicas das bandas de fanfarra embalam os foliões.

“A gente faz a conexão do frevo com o ska jamaicano, da gafieira com o balkan que é uma música mais cigana do Leste Europeu, com as músicas de New Orleans. O Aparelhinho surgiu da brincadeira de fazer festa na rua”, conta Tiago Pezão, um dos três Djs que criaram o bloco.

A marca registrada do bloco era o carrinho de madeira feito a mão com espaço para abrigar as caixas de som, equipamento de iluminação e um gerador. Mas este ano, explica Tiago, o aparelhinho está em reforma e, para que o cortejo não deixasse de sair, o som será feito em um pequeno trio elétrico.

A professa de história Natália Louzada foi ao bloco com mais seis amigas fantasiadas com uma paródia do fenômeno do bitcoin (moeda virtual). “Com a visibilidade que a moeda ganhou, a gente fez essa brincadeira”, diz. Ela conta que o grupo acompanha o Aparelhinho há três anos por causa da seleção musical.

Bloco de carnaval Aparelhinho anima foliões no Setor Comercial Sul, em Brasilia.

Natália Louzada e as amigas estavam com adesivos do “Não é Não” no braço. Ela avalia que a lei que torna crime atos de importunação sexual é muito importante. “Para qualquer mulher, sair no carnaval é um temor. Queremos marcar, sim, a conquista e delimitar o respeito ao nosso corpo”.

Pela primeira vez, o carnaval está sob a vigência da Lei 13.718/2018 que torna crime atos de importunação sexual e de divulgação de cena de estupro.

Vestido com uma fantasia de boneca Japa Girl dentro da caixa, o fotógrafo Kazuo Okubo curtia o bloco acompanhado da esposa e de amigos. Ele conta que frequenta o Aparelhinho há quatro anos por ser um bloco que reúne público “muito de paz e amor, sem briga”. A fantasia de “bonecucha” é uma homenagem a sua descendência oriental “com muito orgulho e com sangue brasileiro que adora carnaval”.

Fonte: AB/Foto: Valter Campanato




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