#URGENTE - QUASE 600 RENAIS CRÔNICOS PODEM FICAR SEM DIÁLISE NO ALTO TIETÊ - POÁ COM ACENTO
Neusa Maria
Imagine-se na seguinte situação: precisa fazer hemodiálise três vezes por semana, dia sim dia não; se não fizer, morre. Consegue uma vaga num Instituto particular especializado, recebe o melhor tratamento e, de repente, esse local para de atender porque não está recebendo o dinheiro enviado pelo governo para pagar as sessões. Não há para onde ir porque os poucos institutos existentes estão lotados. O que você faria?
Pois esse pesadelo está sendo vivido por cerca de 600 pacientes dos institutos de Mogi das Cruzes e Suzano. Essa situação, hipotética para você, é real para eles.
Um corte por parte do Ministério da Saúde diminuiu em 117 mil reais por mês a verba dos dois institutos, que atendem a 600 pacientes de todas as cidades do Alto Tietê, com exceção de Guarulhos. E esse valor se refere ao mês de março, só recebido em maio, já que o SUS, além do valor defasado, ainda paga com meses de atraso.
Os dois institutos, que estão entre os melhores do país, possuem despesas fixas com funcionários, equipamentos e insumos e os valores pagos pelas sessões de hemodiálise já não vinham cobrindo esses custos; com esse corte, os serviços prestados tornam-se inviáveis.
Para tentar evitar que o pior aconteça, os pacientes se mobilizam para pedir o apoio da população e da classe política pela liberação dos recursos pelo Ministério da Saúde. Um abaixo-assinado online foi lançado em busca de um milhão de assinaturas que serão levadas a Brasília. Contatos estão sendo feitos junto às prefeituras e câmaras de vereadores da região, pois a suspensão dos serviços dos institutos causará um grave impacto a todas as cidades do Alto Tietê.
Cada paciente realiza três sessões semanais, em dias alternados, de segunda a sábado, inclusive aos feriados. As prefeituras enviam os pacientes em ambulâncias e carros de suas secretarias de saúde. Se os institutos suspenderem o atendimento, para onde serão encaminhados esses pacientes, se a região não dispõe de clínicas especializadas? Para cidades distantes, a um custo muito alto para as prefeituras?
Por isso que as autoridades dessas cidades não podem ignorar esse problema. Não podem usar o silêncio como resposta como a dizer “Virem-se!” aos pacientes, como se fosse possível 600 pessoas conseguirem ir para outros centros que não existem, pois não foram construídos pelo governo.
Isso seria uma sentença condenatória para essas centenas de pessoas, que a cada dia superam as dificuldades e se dirigem aos institutos por suas vidas. Estão se virando como podem, sem apoio de famílias que não têm como dar a estrutura que precisam, viajando por longo tempo nos carros cedidos pelas prefeituras, passando horas presos aos equipamentos, voltando cansados para casas sem estrutura para apoiá-los.
A eles foi negado estudo. A eles foi negado emprego. A eles foi negada habitação. A eles foi negada oportunidade de tudo; sempre se viraram em serviços gerais e temporários. Sempre se viraram com pouca e má alimentação. Sempre se viraram levantando de madrugada para viajar espremidos em trens e ônibus velhos e mal conservados. E agora está lhes sendo negado o direito de lutar pela vida porque a única esperança que resta está ameaçada de deixar de existir.
Eles não são objetos descartáveis; são cidadãos brasileiros, são pessoas cada uma com sua história, que deveriam estar sendo atendidas em suas necessidades. E aí entram os institutos de Mogi e Suzano que estão fazendo o que caberia ao governo fazer. Com estruturas impecáveis, médicos competentes que dão o seu melhor para cuidar de tantas pessoas com poucos recursos, enfermeiros cuidadosos que trabalham incansavelmente, funcionários e guardas atenciosos que fazem de tudo para facilitar a vida dos pacientes, funcionando sábados, feriados mesmo Natal e Ano Novo, todo esse esforço para que as pessoas recebam o melhor atendimento, independentemente de quanto tenham no bolso.
Ajude a manter os serviços dos institutos de nefrologia de Mogi das Cruzes e Suzano, assine o abaixo-assinado eletrônico no link, click aqui.